Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Solanum viscosissimum Sendtn. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-02-2012

Criterio: B2ab(i,ii,iii,iv,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor:

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Solanum viscosissimum é uma espécie que ocorre em Florestas com Araucária, que sofreram um desmatamento drástico ao longo do século XX e, possivelmente, constituem a fitofisionomia mais ameaçada da Mata Atlântica. A espécie é representada em grande parte por registros de coleta relativamente antigos; no Paraná foi coletada apenas uma vez nos últimos 40 anos, e no Rio Grande do Sul não é coletada desde 1954, sendo por isso considerada "Presumivelmente extinta" nesse Estado. Por isso, suspeita-se que a espécie venha sofrendo declínio na EOO, na AOO e no número de subpopulações e de indivíduos maduros. É possível suspeitar também que as subpopulações sejam pequenas e estejam isoladas uma das outras. A AOO é de 40 km² e, portanto, muito inferior ao limite de 500 km² da categoria "Em perigo" (EN), de acordo com o critério B.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Solanum viscosissimum Sendtn.;

Família: Solanaceae

Sinônimos:

  • > Solanum jasminifolium ;
  • > Solanum amplexicaule var. pubescens ;
  • > Solanum cornigerum ;
  • > Solanum heteromorphum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Nome popular: "joá-cipó-melado" (Mentz; Oliveira, 2004).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos Estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) (Stehmann et al., 2012).

Ecologia

Trepadeira volúvel, de ca. de 1,5 m de comprimento, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Mista (Stehmann et al., 2009), em bordas de mata (Mentz; Oliveira, 2004). Floração: agosto a março. Frutos em outubro, dezembro, fevereiro e março (Mentz; Oliveira, 2004).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), onde S. viscosissimum era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km² (Maack, 1950 apud Medeiros et al., 2005), ocorrendo com maior intensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de São Paulo (3%), internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%) (Klein, 1960 apud Medeiros et al., 2005). Esta formação vegetacional, típica da região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos de elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da região Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século (Klein, 1985 apud Medeiros et al., 2005). No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no Sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Presumivelmente Extinta" (PE) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biomtemas, v. 18, n. 2, p. 33-50, 2005.

- STEHMANN, J.RIN: STEHMANN, J.R. ET AL. Solanaceae. 2009.

- MENTZ, L.A.; OLIVEIRA, P.L. O gênero Solanum na Região Sul do Brasil. Pesquisas Série Botânica, v. 54, p. 1-327, 2004.

- STEHMANN, J.R. ET AL. Solanum in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do. Jardim Botânico do. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=&genus=solanum&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&vegetation=&last_level=subspecies&listopt=1>.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Solanum viscosissimum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Solanum viscosissimum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/02/2012 - 14:17:30